terça-feira, 22 de maio de 2012

Canadá 2

    Levantei-me no dia seguinte com a ansiedade própria de um curioso hóspede em um lugar distinto aos habituais.  A acolhedora familia do Mateus já havia me preparado um bom breakfast, mas na verdade a fome não era vencida pela vontade de conhecer a pequenina Nanaimo e sua gente.
Passamos pelo posto de gasolina e observei que não havia nenhum funcionário para abastecer nosso carro observando ,então, o nosso amigo Mateus descer e realizar o trabalho. Parece algo comum nos dias atuais, mas isso em 1986 era realmente inusitado para meus olhos.
     A cidadezinha iluminada agora pela luz solar era observada mais detalhadamente, e um viajante atento procura enxergar duas coisas de uma só vez, pessoas, em primeiro lugar, outras curiosidades após  (esquinas, limpeza, bichos não humanos, etc)  Aquela sensação de ordem e tranquilidade penetrava em mim, realmente tudo certinho, pessoas educadas nos semáforos, ruas e lojas bem cuidadas, bares abertos com pessoas conversando nas mesinhas, realmente tudo refletia uma certa ordem silenciosa.
     Fomos então visitar e conhecer as pessoas que compunham a diretoria que era presidida pelo Mateus. Um a um visitamos a eles em seus postos de trabalho, um na escola, outro na pequenina fazenda onde plantava maçãs com vistas ao mar de onde se pescava o delicioso salmão da região.
     Na hora do almoço então, entre todos, nos reunimos em um dos poucos bares de Nanaimo e deparei-me com a primeira grande surpresa. Ao meio dia de uma segunda feira de trabalho, moças faziam strip tease utilizando um tubo que ia do chão ao teto e enroscavam-se ao som de uma musica suave e, digamos, inspiradora. Mirava os olhos das pessoas que viam aquilo, bebendo cerveja com naturalidade e frieza sem dizer nada. Aquele era um bar familiar, de verdade, daquela pequena vila.
     Na saida perguntei ao Mateus se aquilo era normal e fiquei imaginando a cena em plena praça da Sé em São Paulo. Realmente por essa surpresa não esperava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário